INFORME PARA VISUALIZAÇÃO

ATENÇÃO: Os nomes em latim usados nestes trabalhos são originários da literatura histórica e em muitos casos, não correspondem à nomenclatura botânica e a zoologia moderna..

PIROGRAVURAS NO PAPELÃO RECICLADO -- PYROGRAPHY IN THE RECYCLED CARDBOARD...pág.em andamento

ARTE... CIÊNCIA FEITA A FOGO...

O artista Haroldo Ayres reproduz ilustrações cientificas com a técnica da pirogravura

Reproduções ricas e detalhadas de aves, plantas, insetos, peixes e outros espécimes da fauna e da flora da Amazônia e do resto do mundo são, literalmente, forjadas a fogo pelas mãos do artista plástico Haroldo Ayres. Ele usa técnicas de pirogravura para produzir ilustrações cientifica em papelão, papel cartão e outros materiais recicláveis.

O trabalho de Ayres é elaborado com todo o rigor e a minúcia característica do desenho cientifica. Ele começa com uma peregrinação por diversas bibliotecas, para um levantamento bibliográfico acerca das espécies a serem retratadas, e prossegue no ateliê do artista. Ayres utiliza um instrumento de fabricação própria para reproduzir as imagens com todos os seus detalhes. Mesmo com o desenho acabado, o trabalho continua.

“Depois de pronto, levo a um especialista para avaliação”, explica Ayres, que conta com amigos cientistas para essa tarefa. O aval, de acordo com o artista, é importante para atestar o rigor cientifico da peça. “Não posso colocar o nome de uma espécie numa imagem que não esteja de acordo com as características que ela apresenta”.

Projetos

O trabalho de Ayres com ilustração cientifica e pirogravura começou nos anos 70, quando ele começou a trabalhar como laboratorista, e, com isso, a ter contato maior como o meio cientifico. Desde lá, desenvolve trabalhos a pedido de cientistas e faz exibições regulares em espaços como o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia.

Entre os atuais projetos do artista esta a homenagem a Charles Darwin, autor da teoria da seleção natural, cujo bicentenário é celebrado este ano. Desde 2003, Ayres vem reproduzindo ilustrações de animais e plantas feitas por naturalistas e cientistas desde o século XVII, entre eles Alfred Wallace- colega de Darwin que viajou pelo rio Negro no século XVIII, e Margareth Mee. O acervo já tem mais de 500 peças. “Há mamíferos da América Latina, morcegos, tamanduás, répteis, flores. Enfim, a fauna e a flora, com destaque para a Amazônia. Há peixes como os bodós, quem tem varias espécies, das quais devo ter mais de dez” revela ele.

Divulgar e preservar

Ainda este ano, Ayres espera entrar em contato com secretarias de Educação para expor sua arte em escolas de rede publica de Manaus. Mais tarde, ele pretende criar um site para disponibilizar sua obra para estudantes. Alem de educar, a intenção de Ayres é também preservar o conhecimento para o futuro. Ele cita como exemplo, uma espécie de cacto que reproduziu. Existente nos jardins da Praça da Policia, “Essas coisas tem de ser mostradas, e é essa a importância de unir a ciência e a arte”.

Em números

1000 É o numero de reproduções cientificas da flora e da fauna em pirogravura que Haroldo Ayres quer alcançar ainda este ano. Hoje, esse acervo é de quase 600 peças. Quando atingir sua meta, o artista planeja inscrever o acervo no Guinnss Book of Records, como maior do gênero no mundo.

Trajetória

>>> Arte e pirogravura

Haroldo Ayres iniciou nas artes plásticas com 15 anos, hoje ele tem 55. Trabalhou com varias técnicas, da pintura a óleo a escultura em gesso e madeira, ate se especializar na pirogravura de caráter científico.

>> Material Peculiar

Ayres produz suas obras em papel cartão, papelão e outros materiais do gênero, que ele obtém de publicações e de até embalagens.

>> Pelo mundo

Varias personalidades já conheceram a obra de Ayres, entre eles Richard Rasmussen, apresentador do programa “Selvagem ao extremo” (Record) que elogiou o artista.

Jony Clay “JORNAL ACRITICA 2009”